sábado, 31 de outubro de 2009

Riding in Cars with Boys






Tenho escrito coisas melosas, podem parecer até surreais, mas não tomo prozac, e tenho o intuito sim de fazer um blog
"tudo azul". Sei das coisas que acontecem, tenho meu lado sarcastico, mas aprendi que tudo depende do jeito de encararmos as coisas.



Tenho falado muito das mulheres. Fatalmente, em algum momento, eles - os homens da minha vida - iriam invadir o blog! E merecidamente,
porque alem de ser o mês do aniversário de quase todos eles, muito de mim, da minha personalidade eu devo a eles.

Fui criada por um pai nada convencional! Que me levava quando era mais nova todos os finais de semana à peças infantis,que em uma pascoa conseguiu um ovo gigante (ninguém sabe onde) , estudava comigo
(me chamando de um apelido muito carinhoso hahahahahah)me buscava com as minhas amigas de todas as festinhas, inclusive nas festinhas de
15 anos, me levava para comprar roupa, ver filme, comer coisas gostosas, fazia lanche para os filhos não importava se a gente chegava de
manhã ou na madruga, escreveu um cartãozinho acompanhado de flores lindo quando a minha primeira menst. veio,ia ao ginecologista comigo,
se emocionou quando eu disse
que a minha primeira vez estava se aproximando, me levou ao maraca no jogo mais vazio (deserto) com medo de confusão, sempre tem uma opinião
diferente da minha (me fazendo ver o outro lado), é muito crítico e sagaz me ensinando a não gostar de qualquer coisa, fica em silêncio quando
alguma coisa está preocupando ele (para me preservar), reflete muito sobre tudo, é imprevisivel nas opiniões, consegue brincar e sacanear as pessoas
24h, cuidou da minha avó até o final da vida dela, é um grande incentivador, e faz aniversário junto com john lennon e o roberto carlos (contador de histórias).
Ele não podia ser diferente, tinha que ser especial.

Meu avô, que também é padrinho, é um avô de filme - perfeito! Um avô que cantava parabens tocando piano no aniversário de todo mundo, que é conhecido onde mora
pela simpatia, que foi babá dos netos, fazia muito cafuné, cantava músicas, escrevia cartões, ensinava inglês, conta a história da familia backer com a maior
paciência sempre que perguntam, coleciona moedas, notas, aviões e motos, sempre toma uma caneca de vinho no almoço, me liga para contar uma piada engraçada
e para reclamar quando estou muito sumida, é super organizado, quando acha alguma coisa no jornal interessante ele recorta e guarda para me mostrar e tem uns
olhos verdes que devem ter mexido com a mulherada dos anos 50.

Meus irmãos... Eles eram barulhentos, muito zoadores, não paravam, e implicaram MUITO comigo. E eu, boba, chorava com apelidos, quando eles liam meu diário,
quando eles riam dos meninos que eu gostava...
Mas eles foram muito legais comigo, muito mesmo. Sempre preocupados, se controlavam p/ não perderem a paciencia, também me buscaram de muitos lugares na madruga,
me levavam para assistir filmes, em restaurantes, shows, criticavam meus decotes, cortes de cabelo, minha música alta... Mas sempre me trataram com respeito,
e hoje são grandes amigos, mesmo morando distante. Agradeço muito por ter "caído" nessa família, que de perfeita não tem nada, mas que sempre foi clara comigom
nunca hipócrita, e me fizeram acreditar que eu sou especial.


Existem os grandes amigos, que são meus conselheiros, me ajudam com as matérias puxadas da engenharia, que falam
sem o menor problema que minha roupa tá "meio escrota", que contam as maldades e barbaridades que eles fazem com as mulheres ou falam delas cheios de emoção
no olhar, aceitam minhas ideias seja de barzinho ou de cinema, conversam horas comigo e nunca deixam o assunto acabar, se preocupam e me alertam se alguém não
está sendo honesto e o melhor nunca misturaram as coisas.

E é claro, os homens que fazem a gente se cuidar mais, querer comprar todas as roupas, ouvir aquela música brega que antes a gente deu uma zoada,
mas que agora faz o maior sentido, fazem a gente perder a fome, passar por qualquer tortura para ficar linda, nos fazem comer aquele sorvetão com as amigas,
nos tornam monstrinhas ou maduras para os proximos, nos deixam com aquele brilho inexplicavel, nos fazem querer ficar a noite toda acordada mesmo tendo acordado
as 5h da manhã, nos fazem sonhar, planejar... E perceber que vale a pena tentar, se envolver, e que não importa se for para sempre, ou não, porque
"Quem não tem namorado é alguém que tirou férias de si mesmo."





PAIS E FILHOS, POR MARTHA MEDEIROS

Toda mãe quer uma filha mulher para se projetar, para trocar com ela confidências e repartir os segredos da vaidade feminina.Todo pai quer um filho homem para se projetar, para torná-lo parceiro no seu esporte preferido e deixar de herança sua sabedoria e, talvez, sua profissão. É uma análise não totalmente incorreta, mas bem preguiçosa. Por trás dos estereótipos estão mães e filhos com uma cumplicidade que ultrapassa a diferença dos sexos, e pais e filhas unidas pela atração mútua. Só que mães e filhos sempre vivenciaram a intimidade; pais e filhas, nem sempre.

Estou invadindo o terreno da parapsicologia porque li outro dia uma reportagem que tentava decifrar um dos mistérios do universo feminino: como uma mulher gordinha, baixinha, bem normalzinha, pode ter mais sex appeal do que uma lindona com o corpo sarado? Sim, senhores, meteram o pai nesta história.

Confiança em si mesma, auto-estima e segurança em relação à própria sexualidade não estão relacionados com altura, peso e medida da cintura. Atraímos os outros não quando tiramos a roupa, mas quando tiramos a membrana que muitas costumam usar para impedir as pessoas de se aproximarem. Acreditamos que esta membrana irá nos proteger de algum possível fiasco amoroso, de alguma rejeição. Vestimos esta membrana, ou a despimos, por vários motivos, e o relacionamento com o pai é um deles.

Para quem nasceu na primeira metade do século XX, a imagem de um pai que toque; que beije; que abrace; que elogie; que penteie os cabelos da filha e a tire para dançar, tudo isso é pura ficção. Os pais eram distantes e havia muitas coisas que impediam a aproximação física e a sedução metafórica. As garotas não se sentiam "desejadas" pelo primeiro homem de suas vidas, e o segundo, o marido, é que tinha que segurar as conseqüências.

Hoje, pais e filhas exercem seu amor sem reservas. Não existe mais aquela hierarquia paterna que só permitia carinho (breve e discreto) na hora do parabéns à você e no dia que a filha era levada ao altar. Hoje, ambos agarram-se pela cintura, enchem-se de beijos e olham-se direto nos olhos repletos de admiração e de amizade infinita. Hoje é o dia destes pais, os pais de hoje. Pais que estão ajudando a colocar no mundo meninas com mais amor-próprio e menos encucadas, e que se tornarão mulheres mais aptas para seduzir através do olhar e da atitude, dependendo menos de artifícios. Mulheres que saberão enfrentar com menos trauma as rejeições e amar muito melhor.






Ter ou Não Namorado

Carlos Drummond responde de uma maneira bem direta...

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil
porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, de saliva, de lágrima, nuvem,
quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabiriu, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado
mesmo, é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a
gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida, ou
bandoleira; basta um olhar de compreensão ou mesmo aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três
pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, e dois amantes, mesmo assim não pode ter namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche de
padaria ou drible no trabalho. Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de
virar sorvete ou largatixa e quem ama sem alegria. Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a
infelicidade. Namorar é fazer pactos de amor com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível
de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme;
de flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico
Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; de ânsia enorme de
viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete
interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do
outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Não tem namorado quem não
redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d"água, show do Milton
Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos,
quem não chateia com o fato de o seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gostntade de
virar sorvete ou largatixa e quem ama sem alegria. Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a
infelicidade. Namorar é fazer pactos de amor com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível
de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme;
de flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico
Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; de ânsia enorme de
viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete
interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do
outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Não tem namorado quem não
redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d"água, show do Milton
Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos,
quem não chateia com o fato de o seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta
sem curtir; quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de
repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais. Não tem namorado
quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem
esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem
namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de
grilo e medo, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com
margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado,
saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem
passe debaixo de sua janela.
Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse
repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a
dizer frases sutis e palavras de galantearia. Se você não tem namorado porque ainda não enlouqueceu aquele
pouquinhoa
sem curtir; quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de
repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais. Não tem namorado
quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem
esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem
namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de
grilo e medo, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com
margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado,
saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem
passe debaixo de sua janela.
Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse
repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a
dizer frases sutis e palavras de galantearia. Se você não tem namorado porque ainda não enlouqueceu aquele
pouquinho necessário a fazer a vida passar e de repente parecer que tudo faz sentido:
Enlou-creça

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