Estava no carro de uma grande amiga, que sempre me falava sobre o contexto de algumas músicas. Principalmente as de Chico Buarque.
Ouvimos meu caro amigo, o jeito mais legal de se escrever uma carta à um amigo exilado em Lisboa, em uma de nossas idas à Lapa.
Sempre ouvia essa música e lembrava da Flavia. Minha grande amiga, que me estimulou a voltar com meus posts.
Nesse mês, em uma das minhas longas viagens Rio X Niteroi, estava mergulhada numa tristeza enorme.
Nunca gostei, aceitei ou consegui pensar em morte. Perdi uma grande amiga no início desse mês, e estava mergulhada nas boas lembranças, nas coisas que deixei de dizer.
Ela me incentivou a criar esse blog, a me aceitar. Era sagaz, calorosa e o estilo de pessoa que fazia mingau quando eu chegava doente ou cansada da faculdade. Plantou flores, arvores, teve uma família linda e escreveu um livro. Fazia o melhor bolo de coco do mundo. Me presenteou com o animalzinho que tanto amo, a Maggie. Ih, a história é longa. E será sempre parte de mim, é aquele pedacinho, aquele retalho que ajuda a nos compor.
Foi quando na minha longa viagem ouvi "Meu Caro Amigo". Pensei na distância dos dois amigos, de estados, países e dimensões. Minha angustia diminuiu. Sonhei com coisas que contaria para ela. Como seria um diário de bordo leve e sucinto, afinal não sei qual é a capacidade entre os mundos, os planos.
A beleza da vida está nas pessoas, nos animais. Na mistura do prazer com a frustração, principalmente na maneira em que lidamos com as situações por mais adversas que elas sejam.
Obs.: No meu aniversário de 22 anos ela se fantasiou de sininho, por isso a homenagem.