terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

La vie






Todas definições são pessoais. Sempre seguimos alguma coisa pre-estabelecida, e no final acabamos fazendo nosso próprio ritmo, dançando conforme a NOSSA música. Algumas coisas não podem ser buscadas, elas simplesmente acontecem, ou já existem. E, as vezes somos obrigados a nos olhar, a começar realmente uma relação com você mesmo. Você se leva para sair, para refletir, para se divertir, se questiona e entra em debates internos, ri de você mesmo, percebe a beleza em você e em quem sempre esteve à sua volta.

Todo mundo quer um lugar ao sol. Queremos o bem de todos, mas, obviamente não podemos nos sacrificar, e dar além do merecido. O melhor jeito de entender um pouco a vida ,que por vezes chamamos de complicada, e em outras percebemos o quanto é simples viver, é se colocando no lugar das pessoas. Um chavão isso né?! Mas sinceramente, como vamos nos compreender, e deixar ressentimentos de lado?

Aprendi a rir de mim mesma, e das situações em que não se tem solução, a não ser gargalhar. Percebi também que fórmula só nas exatas.
"Navegar é preciso. Precisão. Viver não é preciso."

A vida é cheia de ingredientes, muitos deles desconhecidos por mim, até então. Só sei dizer que minha vida ganhou uma leveza muito grande depois que passei a ter menos pressa, dizer mais sim para mim, e quando descobri que a beleza está presente, e não lá na frente como
sempre pensei. De todas as artes que conheço e aprecio, a arte de ser feliz é a que mais me emociona, a que mais leva tempo para ser percebida e para pegar "o jeito". Dá muito trabalho, e requer uma paciência incrível. Mas vale muito a pena!

Saber driblar as adversidades, engolir os dissabores que aparecem pelo caminho, compreender as situações, ceder, sorrir, rir, muito, mas muito mesmo, e amar incondicionalmente!


E, no final de qualquer dia, mesmo aquele cinzento em todos sentidos, poder dizer :"(...)É a vida, é bonita e é bonita
Viver, e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser um eterno aprendiz
Ah meu Deus eu sei, eu sei
Que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita"



Gonzaguinha






I'm gonna smile 'cause I deserve to

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Faxina

Isso sim é uma coisa que teremos que fazer SEMPRE! Fazer aquela seleção de tudo que não serve mais
e jogar fora. Deixar a casa limpa, com aquela sensação boa, de leveza.

Podemos começar pelo mais óbvio: tirar do ármario tudo que não iremos mais usar, inclusive aquela calça jeans que temos a esperança de um dia entrar. Com certeza tem alguém que precisa dela agora.
Depois, a papelada, contas antigas, material que não é mais necessário, ou que pode ser colocado em outro lugar.

Depois disso, o quarto, a casa toda... Casa limpa e arrumada até o astral fica mais leve.

Bom, agora, a parte pesada: VOCÊ, OU NÓS...

Fazer uma limpeza nos padrões que não são seus, ou já estão ultrapassados, nos ressentimentos
ou ranços deixados por alguém ou alguma coisa que você nem lembra mais, os preconceitos engavetados que se você
vir, irá gargalhar de tão ridículos, feridas que já estariam cicatrizadas à essa altura do campeonato, sonhos inalcançáveis,
paranóias sem o menor fundamento.

Eu, com toda ignorância, sei que o subconsciente consegue "enxergar" muito além. Mas nossas experiências difícieis podem
contamina-lo, e aquela voz que você ouve sempre, pode não ser nítida e confundir muito.
E nossas ideias? Outro dia, li um blog super engraçado e criativo, que fala de homens, faz uma brincadeira de como entender e jogar com um cafajeste. Ri bastante! Mas alguém ainda acredita em lobo mau, ou isso é só uma desculpa para não ver o que está na cara:
NÃO BATEU!Não existe essa de jogar, ou "se o cara não me quis (eu que sou maravilhosa, a melhor do mundo) é porque não presta!"AlÔÔÔU!!
Que conto antigo... É chato eu sei, mas não foi a toa que atraímos essa situação, e assim como os tais "cafajestes" você também já dispensou algum cara com inúmeras qualidades. É muito doloroso, sei que é, mas não leve a mal, não fale mal, e não fique mal!


Não acredito em jogos que envolvam amor e trabalho. Acredito naqueles jogos saudáveis, brincadeiras bobas, em que todos estejam de acordo.
E acredito também em jogar com a vida, do melhor jeito que você possa entender.

Tipo, coisas que eu recomendo: para limpar o corpo - 500 ml de chá verde/boas braçadas na piscina/correr/água de coco/um solzinho/ cachoeira/
trilha/ banho gelado/ estalar o corpo todo/ se espreguiçar.

Para limpar a alma- Um bom livro/ uma comida maravilhosa, que você preferir/ um filme para gargalhar/ um filme para chorar muito/ uma taça de vinho/
2 doses de wisky/ um copão de coca-cola com o gelo estalando/ uma roda de amigos, na praia, trocando ideia/ uma tarde barulhenta com a família/
observar, ou brincar com qualquer animal/ cuidar do jardim/ cair na folia.

Para limpar a mente- ouvir muita música/ escrever/ incenso/ silêncio/ respirar fundo, muitas vezes/ olhar as estrelas/ relembrar bons momentos/
fazer algo que jogue bastante adrenalina no sangue/vento/ video game/ ou qualquer outro jogo/ banho demorado (foi mal meio ambiente)/
olhar o mar/ procurar a presença de pessoas leves, e não de "suga mental"/ doar nosso tempo com uma boa causa.


Essas são minhas dicas. Quero saber as suas, quero fazer trocas boas, em todos sentidos.

E deixar de bobeira essa crítica sem fundamento, achar que a vida está sendo "madrasta". Quando algo de ruim vier a cabeça, pense em todos presentes que ja ganhou da vida, que talvez a pessoa que você está ironizando, está mais feliz que você.
O que enfatizo é: temos que estimular os melhores sentimentos, porque sem dúvida isso é uma corrente.

"A vida pode nao ser a festa que esperávamos, mas enquanto estamos aqui, deveríamos dançar."





Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora.
A casa fica bem melhor assim
O céu de ícaro tem mais poesia que o de galileu
E lendo teus bilhetes, eu penso no que fiz
Querendo ver o mais distante e sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.


Os Paralamas do Sucesso
Composição: Herbert Vianna; Tet Tillett







terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Retalhos


Nunca gostei muito da palavra retalho, me lembra retaliação, coisas cortadas... Mas num dia desses, em que estava com as emoções a flor da pele, vi uma colcha maravilhosa, de retalhos, e pensei: "Caraca, todos nós somos retalhos, somos como essa colcha. Onde cada pedacinho retrata um período da sua vida, mostram traços, revelam sentimentos... E cada pessoa nos ajuda nessa construção, traz cores, estilos, enriquecem nossos desenhos... E aquela pessoa que está sempre lá, presente em toda construção da colcha, estimulando nosso trabalhado, dizendo quando uma costura não está legal... Somos resultados do meio, de pessoas, da genética, do trabalho e principalmente do amor. Cabe somente à nós, a construção da nossa vida, e ela certamente ficará muito mais linda se for feita com amor.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

i am mine




Na solidão, eu me faço. Sou certa de mim, não temo falhar. Me olho, contemplo minhas lembranças, me dou ao prazer de fazer o que quero, olho minha beleza e dou risada dos meus erros.

Na solidão, eu sou eu mesma, me permito ser forte e frágil, ser mulher e menina, ser guerreira e princesa esperando um salvador, sou quente e me recolho, sou fogo e água, pimentinha e insossa.

Na solidão me entendo, no meio da minha profundidade. Me cobro, e vou lá. Mergulho nos livros,
vivo em sonhos, me delicio com uma taça de vinho, ou com o que me vier à cabeça.

Na solidão sou livre, me preocupo somente em me questionar, me conhecer, me regar, me renovar...

Na solidão sinto falta, dou valor, consigo enxergar, ver nuances, escuto o silêncio, sinto vontade de lutar...

Na solidão sinto vontade dos amados, e na multidão quero ser só.





"ONDE A DOR NÃO TEM RAZÃO"
-Paulinho da Viola e Elton Medeiros.

Canto
Pra dizer que no meu coração
Já não mais se agitam as ondas de uma paixão
Ele não é mais abrigo de amores perdidos
É um lago mais tranqüilo
Onde a dor não tem razão

Nele a semente de um novo amor nasceu
Livre de todo rancor, em flor se abriu
Venho reabrir as janelas da vida
E cantar como jamais cantei
Esta felicidade ainda

Quem esperou, como eu, por um novo carinho
E viveu tão sozinho
Tem que agradecer
Quando consegue do peito tirar um espinho
É que a velha esperança
Já não pode morrer.






Não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar








Eles são citados em livros, filmes, contos, músicas... Na maioria das vezes, são narrados, definidos e homenageados de uma forma doce. Compartilham histórias, conhecem você - apesar de toda complexidade-. Aquele conselheiro, um pouco palhaço, um pouco irmão, um pouco mãe, um pouco filha também... São pessoas escolhidas para o nosso convívio, para o nosso desabafo, para mostrar todos os lados, para serem companheiros em qualquer aventura, para dizer "para sempre com você" - sem medo de ser piegas, louco de pedra-. Verdadeiros anjos na terra, imagine só o trabalho que a vida teve só para fazer esse encontro acontecer?
As vezes nem mesmo um bom livro, uma música alta, a família, o namorado, 2 litros de sorvete, conseguem fazer você sorrir.
SÓ MESMO O SEU AMIGO.



Em 1992 tive um grande encontro. Na verdade, só fui ter consciencia desse encontro anos depois.
Ela era loirinha, cheia de sardas, com o cabelo escorrido, agitada, cheia de opinião, e bem metidinha (mas tão lindinha!!!).

Nós não batiamos, aliás discutiamos muito, nossas amizades eram completamente diferentes. Bem, não sei como nos acertamos, só sei que não me imaginava mais sem essa amiga divertida do lado. Até o dia em que consegui me abrir, pela primeira vez, para a primeira pessoa em 2000. Aí pronto: era a pessoa que mais sabia de mim, que sabia me divertir, me acalmar, me segurar nas explosões, me aconselhar...


Um pouco antes disso, nosso maior sonho se realizou - fui morar pertinho dela - e tivemos o luxo de sair toda tarde, para nos
visitarmos DE BIKE!!!! Estudávamos juntas, fazíamos espanhol depois do colégio, e depois ainda andávamos de bicicleta a tarde toda.
As visitas de bike acabaram quando o dragon (in memoriam)- o rottweiler dela, comeu a minha bike, estacionada lá. HAHAHAHAHA

Sem contar com aquela casa maravilhosa, que eu me sentia muito à vontade, que era cheia de guloseimas, que tinha aquele computador
(o primeiro das amigas com internet), aquele quarto mágico, TUDO!

Era aquela amiga completona: estudiosa (me ajudou muito), inteligente, engraçada, pura, desajeitada, safa, animada, cumplice, confidente...
Nos víamos na aula, nas festinhas de 15 anos, passávamos o fim de semana uma na casa da outra, rock'in'rio, carteira falsificada, praia, piscina, cinema, laser shot, filmes bizarros caseiros, filmes toscos alugados, muito catupiry com pizza, concurso de arroto regado à coca-cola, luau, brigadeiros disputados à tapa, sociedade nas roupas, fanátismo por música, cartinhas de niver, de desculpas, de desabafo, inúmeras zuações nos passeios da escola, nas viagens, no carro quando os pais dela levavam e meu pai e irmãos buscavam dos lugares...

Os anos passaram, nossa amizade foi de estudos sociais, à nox de química, à trabalhos na faculdade, à formatura dela em jornalismo...


Essa capricorniana, foi meu refúgio quando meus pais se separaram,meu primeiro "eu te amo" para um amigo, passou mal quando soube do meu atropelamento,foi o tema da minha redação da UFF, chorou comigo quando vimos meu resultado no vstibular,me deu dicas para a entrevista de trabalho e vai ser sempre meu porto seguro.

Quando era novinha, pedia muito à Deus e aos meus pais uma irmã. E realmente, a vida não poderia ter sido mais bondosa, mais precisa,
mais coerente quando trouxe essa irmã de alma, também filha de yemanjá, para o meu lado.

Quem ler, pode até pensar que somos parecidas. Até somos, em muitas coisas. Mas ela é meu ponto de equilíbrio. Eu sou o impulso, ela a reflexão, a razão. Não concordamos em diversos pontos, fazemos leituras sempre diferentes, de repente o que faz da nossa amizade ser sempre rica, ter assuntos inacabáveis.

Por mais maluca que seja minha idéia, ela está lá, confiante, cobrando sempre a minha entrada na batalha, certa de que vencerei.


Há muito não brigamos, nos ligamos de madrugada sem o menor problema quando precisamos, estamos sempre em sintonia,nossas mães ficaram muito amigas, os amigos dela se tornaram meus e os meus dela,nos entendemos, e continuamos as mesmas menininhas, bobinhas de sempre... É amizade antiga tem disso.


Decidi escrever hoje, porque dia 2 de fevereiro é um dia muito especial para nós duas. Fizemos nosso refúgio no mar, não importa o turbilhão que estivermos, encontramos nossa paz lá.

Minha querida amiga, escrevo um texto pobre, e muito à quem da pessoa espetacular que você é.
Minha irmã de alma, pedaço de mim, amiga de sei lá quantas existencias. Certamente nossa amizade sempre se renovará, e à cada dia descobrirei um pouco mais desse presente sardento que a vida me deu. =)


* E nem preciso dedicar à criança que você foi. Porque na nossa amizade, ela nunca deixou de existir.
*"Grandes desafios serão dados à grandes mulheres". E não é que aquele homem do samba, que se despediu com essa frase de efeito, estava certo?!





Quando o dia vem varando a alvorada
Antes mesmo de nascer a luz do sol
A beleza nunca é desperdiçada
Existe
Sozinha

Quando a água morna molha nossas pernas
E a areia massageia nossos pés
A beleza sempre é compartilhada
É sua
É minha

Nas manhãs de Itapuã que o vento varre
Os coqueiros já conhecem as canções
Repetidas ou
Repentinas vêm
Consolar o meu coração
As vontades vêm
As saudades vão
Amanhece mais um verão

No calor do sol o céu da boca salga
E o mar na alma acalma o caminhar
Pra que haja areia sal e água e alga
As ondas
Não voltam

Cada dia uma nova eternidade
Para sempre aquela pedra roncará
A aurora se transforma em fim de tarde
De novo
De novo

Quantos risos misturei ao som das águas
Quantas lágrimas de amor molhei no mar
No mais íntimo
Dos mais íntimos
Dos lugares desse lugar
Lugar público
Colo e útero
Amoroso de Yemanjá

Arnaldo Antunes