domingo, 12 de setembro de 2010

Life is like a song


Nossa, incrível como alguns artistas conseguem resumir um momento. Aqueles momentos inexplicáveis... Não se pode traduzir emoção né? Sempre penso no momento que um artista resolveu pintar, escrever, compor... Ninguém pode fingir, ou criar algo tão profundo, que sensibilize tanta gente. Aqueles momentos que nos identificamos, dependendo do momento que estamos vivendo.

Saindo do cinema outro dia, esbarrei com dois homens que não são brasileiros, e estão se aventurando aqui no Rio vendendo imagens ampliadas de bandas, pinturas famosas, filmes clássicos numa calçada de Botafogo. Fiquei com vontade de comprar tudo, eles realmente tinham bom gosto. Mas bati o olho no "Beijo" do Gustav Klimt. De repente pelo meu momento, ele foi o vencedor. E está aqui, em frente a minha cama, me fazendo suspirar todos os dias quando acordo.
Incrível tudo. A colcha dele com formas diferentes da dela, flores, sensualidade, tão bucólico, envolvente... A postura dela, desprotegida, delicada contrastando com a dele, viril, vencedor... Aquele momento que o mundo inteiro some, e só fica aquela admiração, carinho, orgulho pelos momentos que tiveram, ou pelos que estão por vir...


Nós, mulheres, batalhamos para construir, manter, colocamos cada pedra da nossa fortaleza. Edificamos, nos adaptamos, não descemos do salto. Nos acostumamos a chorar no banho, a sorrir quando a cólica consome toda energia, quando o coração está todo partido. Mas abrimos mão de qualquer coisa em troca desse momento. Quando nossa armadura está longe, talvez no chão junto com nossas roupas. Nossos cavaleiros que abrem a garrafa de vinho, aquela tampa fechada a vácuo, seguram nossa bolsa, ficam ligados na movimentação da rua, é muito bom sentir essa proteção. E é uma delícia também cuidar desses grandes homens, com todo carinho, sutileza, sabedoria... Nós, que por trás dessa fragilidade somos desbravadoras, bruxas intuitivas, temos uma capacidade imensa de nos recompor, um radar que percebe qualquer coisa anormal, o dom da palavra, do toque... Afinal, tirando a capa de guerreiros, ficam os meninos, eternos meninos.



É, olha o que Gustav Klimt provocou em mim, hahahahahahahaha.







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