quarta-feira, 5 de maio de 2010

Com o tempo...

Outro dia ouvi na televisão, não lembro bem em que programa, algum do GNT, que quando chegamos aos 30, temos o direito de errar. Não o direito, mas perdemos o medo. Ouvi isso de mais algumas pessoas, e estou sentindo agora um onda diferente chegando, e o medo de completar 24 anos -sem as metas que estabeleci enquanto planejava sonhos impossíveis- já não existe mais.

Sempre tive uma personalidade forte, difícil, mas sabia lidar com as pessoas. Engolia sapos, ouvia, ponderava, colocava panos quentes... Achava até legal pessoas que dizem o que pensam, doa a quem doer. Hoje não, continuo sendo uma boa ouvinte e uma boa "falante" também, mas não acredito mais nessa sinceridade que corta, agride, pelo simples fato de ser verdade. E infelizmente quando deixo alguma coisa me saturar, fico indiferente. Não gosto de discutir, ainda mais quando sei que não vai me levar a lugar nenhum. E acho também que tive a minha cota com esses sinceros inveterados. Prezo muito a delicadeza, o alto astral, o amor pela vida e o respeito pelo espaço dos demais.


Digo tudo isso porque quando paramos de aturar coisas desnecessárias, ou até necessárias quem sabe, somos mais autênticos. E o que antes era um dissabor de presenciar passa a ser engraçado. A necessidade de agradar os outros vai embora, assim como a tolerância com os intolerantes, quando percebemos que de nada vale ou interessa dar mais que o merecido, e que momentâneas ou falsas demonstrações de afeto não valem as alfinetadas dadas com a outra mão. Não adianta pensar:" porque esse ou essa pessoa toma tanto conta da minha vida, e gosta de pisar nos meus calos". Vale pensar sim: "o que essa pessoa me acrescenta para eu continuar me doando, mesmo que seja em 1 minuto de conversa?"


Essa "onda" tem me mostrado, e me feito sentir que se não cortarmos, gritarmos, mudarmos, não conseguiremos nosso espaço. De repente daí vejo a beleza e a segurança das balzaquianas. Conscientes da própria " dor e a delícia de ser o que é", são seguras, e sabem ser autênticas sem ultrapassar os limites.

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