sábado, 5 de novembro de 2011

Stockholm






Desembarquei na Suécia, num aeroporto bem distante. Engraçado, o clima calmo já me contagiou. Todo mundo parece viver sem pressa, e trabalhar com prazer. Peguei o ônibus rumo a Estocolmo, sentindo um relaxamento estranho, afinal estava lá pelo congresso e não esperava muitas emoções. Cheguei. E não me lembro de ficar tão deslumbrada com um lugar. As construções gigantescas, água por toda parte, o clima fresco. Estava no centrão. Peguei um táxi para meu albergue.



Cheguei ao albergue com meu pôster de dois metros, esperando um lugar mais largado, aquela bagunça que todo mundo associa. Quando pisei lá, uma senhora super simpática logo me deu uma pantufa para usar naquele piso cheiroso e brilhante, e disse que como tudo era muito limpo, para eu usa-la e deixar sempre meu sapato na estante logo na entrada. Meu quarto tinha cheiro de sabão em pó, com um edredon fofão, um papel de parede igual a de uma casinha de bonecas, e um gato preto de metal pendurado na porta. Senti uma empolgação enorme! Me joguei na cama e lembrei que precisava levar meu pôster ao congresso para monta-lo, e pegar meu crachá, material...



Saí do albergue com meu pôster a tira colo, já com a sensação de segurança, de paz. O dia estava bonito, era feriado. Pedi informações a senhorinha do albergue e tive uma breve noção de onde ficava. Entrei na tal rua, acontecia uma feira de coisas. Coisas pessoais, roupas, livros, discos, objetos antigos... Um senhor tocando saxo, muitos cafés, um shopping gigante e uma fonte perto do metrô central. Achei. Ficava entre um café e uma loja muito brega. Toquei, toquei ninguém atendeu o interfone. Me senti ridícula com aquele pôster que parecia uma arma branca, pesado... Me senti sozinha, enganada... Vi uma lan house e entrei. Desabei no choro. O casal não sabia o que fazer comigo, e meu inglês estava pior a cada soluço. Ela foi muito receptiva, carinhosa... Disse para eu usar a internet de graça e me ofereceu o telefone. Achei o número do congresso, e descobri meu furo. O congresso ficava num lugar como o rio centro, e aquele era o escritório deles, que obviamente num domingo/ feriado estava fechado.

Ela me explicou e foi comigo até o lugar, de metrô. Disse para eu não me preocupar, que ela fazia uma reunião com mulheres que apanhavam do marido, e por isso estava acostumada com choro, e desespero. Fofa.



Cheguei! Um lugar enorme, no meio de muito verde, e muita luz. Entrei, ganhei meu crachá, meu material, e fui colocar meu gigante no lugar. O espaço separado para ele era lindo. Um espação, com duas lâmpadas. Fiz amizade com um chinês, bem direto e apressado. Pedi para ele ler meu artigo, e ele me pediu para ler o dele. Piada né? Aquele mandarim que só conhecia pelas tatuagens, poucos símbolos, com muita imagem. Chinês malandro, como as imagens estavam bem ilustrativas, falei que estava great o trabalho dele.



Fui embora querendo aproveitar Estocolmo. Eu que queria ficar lá só o tempo do congresso para sair fora, saia em plena luz do dia, do rio centro suéco comemorando ser 19h e ainda estar claro.



Cheguei ao albergue, coloquei minha senha na porta principal, e fui para meu quartinho. Dei notícias para o meu povo, e saí para comprar cotonete. Uma viciada, viajando sem. Comprei uma caixona de cotonetes, um shampoo para cabelos nórdicos, e um desodo fresh 24hours ! Saindo de lá, eis que o hard rock café me dá uma piscadela. Entrei, pedi a cerveja local e para inovar, coisa que nunca peço, uma porção de bruschettas. Veio a “Ola” e a porção. Que gostoso tudo. Fechei com um brownie e fui para meu cafofo de boneca. Dei sorte e ainda conversei muito tempo com Márcio.



Dia seguinte, congresso começava na terça, tive o dia livre. Andei o dia inteiro, tirei fotos, fui à museus, comprei (4SEK=1 Real). Cheguei , falei com a galera pelo Skype, tomei um banho e resolvi fazer o que mais gosto no Brasil, CINEMA!!! A comida lá não me agradou muito, por isso comi no mc antes do filme. Delícia, tudo delícia. Sair quase meia noite do cinema e voltar andando era uma sensação muito boa. Em plena segunda-feira, muita gente nos pubs, e aquela paz. A abertura do congresso seria à tarde, resolvi parar num pub e tomar um vinho. O verão deles é bem frio. Entrei no Casablanca, e pedi meu vinho. Estava tocando rock, e todos gritavam. Era o dia do QUIZ. Alguns casais turcos me chamaram para sentar, e participar com eles. Foram muito simpáticos, e não sabiam nada de rock, menos que eu. Bebi outra taça e voltei. Contei as boas novas, e dormi pesado. == O congresso merece um post só dele ==



Último dia. Quis aproveitar muito. Voltei nos lugares que fui, para tirar fotos mentais e com a máquina. Aquela água toda cortando a cidade, que na verdade é a união das ilhotas. O museu medieval, no nível da água, abaixo de toda cidade construída. O museu do ballet, a biblioteca, os palácios, os cafés. Um aliás, dentro de um bosque. O cheiro de limpeza até mesmo no metrô, e de máquinas novas. Aquela língua louca, que cada hora me parecia parecida com uma. Russo misturado com francês, alemão com holandês. As propagandas que não faziam sentido nenhum para mim. - Como a de um pai com avental fazendo um bolo de camadas. Tinha pela cidade inteira. - As crianças lindas, aquela água fresca, de graça. Beber água de graça faz muito mais sentido. No banho, nos pubs. Muito bom! Comprei minha mochila, peguei minha mala, fiz o check out, e peguei o metrô sentido aeroporto de “Arlanda”.



Chegando lá, tentei pegar meu tax, mas descobri que só no final da viagem poderia fazer isso. Estava triste, tinha gostado tanto daquela paz, daquele mundo diferente. Encontrei um casal na fila do check in. Eram italianos, ou melhor romanos voltando para casa. Eles foram para Estocolmo acampar, e remar. E Roma era meu próximo destino. J

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