Em 2010 precisei estudar a
lei 11.445/07. Lei essa que estabelece as diretrizes criadoras do Plansab (Plano Nacional de Saneamento Básico). Foi uma
surpresa boa conhecer a lei e o plano, que são simples, suprem as necessidades e
primam a participação popular aliada à equipe técnica responsável e ao poder
público.
Conheci
há pouco o PNRS (Plano Nacional de Resíduos Sólidos). Tive a mesma surpresa.
Principalmente no que tange à logística reversa. Em síntese a PNRS determina
que os fabricantes são responsáveis
pela destinação final de seus produtos,
sejam eles reaproveitados ou não. Cabendo ao consumidor descobrir a rota disponibilizada
para o recolhimento do produto descartado. Os orgãos competentes já podem
exigir tal prática das empresas, com exceção de resíduos perigosos. Uma solução
inteligente que possibilitará as empresas incrementarem seus negócios, sem
contar nas oportunidades que serão geradas. Pesquisando sobre o assunto conheci
o Wise Waste (http://www.wisewaste.com.br)
vale a pena conhecer.
Com
a ideia da logística reversa na cabeça, comecei a pensar numa questão não tão
prática. Tudo que diz respeito aos humanos é complexo.
Nosso maior impulso ao ver
alguém agir com falsidade, trapacear, ser cruel e matar outra pessoa, um animal
ou maltratar a natureza é de reagir seja com violência ou não, mas de alguma
forma punir. Me incluo nesse movimento “vamos fazer justiça”. Nos sentimos no direito de proporcionar um
carma instantâneo ao culpado. Sem contar
no prazer imenso que temos em nos culpar, atribuindo a “má sorte” á uma atitude passada.
Mantive esse pensamento até
ler a biografia da Mary Bell ( a mais nova serial killer do mundo). Durante a leitura, principalmente no início
senti aquela vontade absurda de ver a menina ser punida severamente. Afinal,
após as atrocidades feitas e frieza no julgamento seria o destino merecido.
Acontece que após o julgamento ( a justiça britânica não sabia o que fazer numa
situação dessa, por ser uma menina) ela foi cuidada por um homem em uma
instituição para menores. Não era um homem qualquer, ele proporcionou um
ambiente adequado para o crescimento de uma criança, coisa que ela não tinha em
casa com a mãe. O autor da biografia, após a mudança brusca de comportamento e
demonstrações de consciência de Mary, questiona se tudo era um teatro ou se ela
passara a ter noção do que seria o certo e errado em uma sociedade e da dor do
outro.
Tudo isso me levou a crer que
essa logística reversa (que nada tem a ver com a do PNRS) é injusta, pois não cabe a nós julgar e punir
uma pessoa além de não levar a nada, não traz crescimento algum. É inútil criar um ambiente inóspito, se o
proposito da vida é de nos reabilitar.
Causar um dano ou sofrimento ao outro não apagará a ação praticada por ele. No entanto ver uma pessoa aproveitar a chance
de melhorar como ser humano é sensacional, pois mais uma pessoa estará
preparada para a nossa evolução (espiritual e tecnológica). Nessa situação a
melhor logística é a dor amor e do acolhimento.
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